quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Trabalhadores de 7 Estados rejeitam acordo com Correios; dentre eles a PB

Esse resultado pode influenciar as demais reuniões, pois essas entidades são consideradas de maior expressão.


Os trabalhadores dos Correios no Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Acre e Paraíba rejeitaram o proposta acertada ontem entre a empresa e a Fentect, federação que reúne os sindicatos. Com esse resultado, a greve, que já dura 21 dias, deve continuar.

Esse resultado pode influenciar as demais reuniões à tarde, pois essas entidades são consideradas de maior expressão.

Os diretores dos Correios e os representantes dos funcionários chegaram ontem a um consenso para encerrar o movimento. No entanto, a proposta precisa ser aprovada por ao menos 18 dos 35 sindicatos da categoria no país.

"Todas as assembleias que ocorreram até agora foram contrárias à proposta, o que indica que provavelmente não haverá acordo", afirma Saul Gomes da Cruz, um dos integrantes do comando de negociação. Segundo ele, as demais assembleias ocorrerão entre hoje e amanhã.

Se 18 sindicatos ou mais rejeitarem o que foi acertado, a greve irá para julgamento. "Na segunda-feira deveremos saber da data", diz Cruz. O comando de negociação defendeu a aceitação da proposta, que foi fechada após audiência de conciliação no TST (Tribunal Superior do Trabalho).

"Fizemos uma prévia ontem e decidimos rejeitar essa proposta, porque discordamos de todos os pontos", disse Josiel Reis, dirigente do sindicato de Santa Catarina.

A Fentect afirma que um balanço geral das assembleias só será conhecido no fim da tarde.

PROPOSTA

A proposta de consenso previa a reposição da inflação de 6,87%, retroativo a agosto, e um reajuste linear de R$ 80 a partir de outubro.

Os 21 dias de greve seriam compensados. Em 15 deles, os trabalhadores atuariam aos sábados e domingos para colocar em dia o passivo de carga atrasada.

Os outros seis, que já foram descontados na folha de pagamento de setembro, seriam devolvidos imediatamente aos grevistas, mas haveria um desconto a partir de janeiro, parcelado em até 12 meses. 

BALANÇO

Nos 21 dias de paralisação, houve atraso na entrega de 147 milhões de cartas e encomendas. O governo federal cortou o ponto dos grevistas e exigiu compensação dos dias não trabalhados.

A greve suspendeu os serviços de entrega com hora marcada dos Correios e também atrasos de três a quatro dias nos demais. A empresa pretendia ontem normalizar os serviços na próxima semana.

A empresa contabilizou um prejuízo diário de R$ 20 milhões. A cifra pode aumentar, uma vez que são comuns ações judiciais de clientes por conta dos atrasos.
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