Ultimamente muito se ouve falar sobre Conselho Tutelar, domingo tem eleição, fulano é candidato, cicrano é candidato, mas, muita gente desconhece a verdadeira função ou mesmo do que se trata tal termo, pois bem vamos a uma breve explicação.
Os Conselhos Tutelares surgiram com a criação da Lei Nº. 8.069, de 13 de julho de 1990. Esta Lei, é conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). "Considera-se criança, para os efeitos desta lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescentes aquela entre doze e dezoito anos de idade" (art. 2º).
O Conselho Tutelar é uma instituição típica da democracia brasileira, que resultou da Constituição de 1988, segundo o Deputado Ulisses Guimarães, a Constituição Cidadã. Naquele momento de reconstrução democrática da vida nacional, nossa democracia deixou de ser apenas representativa, para tornar-se, também, uma democracia participativa. O artigo 1º da Constituição Federal determina que “todo o poder emana do povo e será exercido por seus representantes eleitos ou, diretamente, nos termos desta Constituição”.
Assim sendo o Conselho Tutelar tornou-se, por esta via, uma das primeiras instituições da democracia representativa, que pode ser definido dentro dos seguintes aspectos: um órgão permanente, (uma vez criado não pode ser extinto), é autônomo, (autônomo em suas decisões, não recebe interferência de fora), não jurisdicional (não julga, não faz parte do judiciário, não aplica medidas judiciais) é encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.
Sua função consiste em receber, estudar e encaminhar casos, atuando com base no exercício de dois poderes: o poder de requisitar serviços e o poder de peticionar ao Ministério Público, caso a Requisição de Serviços não seja atendida, cabendo ao Ministério Público ingressar na justiça da infância e da juventude com a Ação Civil Pública.
Entre os casos que podem e devem ser encaminhados para o Conselho Tutelar são aqueles de discriminação, exploração, negligência, opressão, violência e crueldade que apresentem como vítimas as crianças ou adolescentes.
Nesta ótica o conselho Tutelar deve atuar em duas frentes de ação, igualmente importantes: uma preventiva, fiscalizando entidades, mobilizando sua comunidade ao exercício de direitos assegurados a todo cidadão, cobrando as responsabilidades dos devedores do atendimento de direitos à criança e ao adolescente e à sua família, e outra remediar, agindo diante da violação consumada, defendendo e garantindo a proteção especial preconizado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente ECA.
Conselho Tutelar é constituído por cinco Conselheiros que são devidamente escolhidos pela comunidade local através do voto e assim cumprem um mandato de três anos. Esses Conselheiros são as pessoas responsáveis por fazer valer o Estatuto da Criança e do Adolescente EAC.
Até aí tudo bem, legalmente o Conselho Tutelar está bonitinho, o grande problema é que, em muitas cidades paraibanas e porque não dizer brasileiras, os conselheiros tutelares vêm sendo eleitos pela força de interesses alheios aos direitos da criança e do adolescente. Fato este que resulta na eleição de pessoas despreparadas para o exercício das funções do EAC. Em tais cidades, verificou-se uma considerável utilização do uso instrumental do cargo de conselheiro tutelar como trampolim para o tráfico de influências no nível da política municipal com o objetivo de fins clientelistas que desfiguram o caráter imparcial e correto do referido colegiado.
Por outro lado, verificamos que essa ainda não é uma prática generalizada e que, podemos encontrar pessoas capacitadas e comprometidas com a responsabilidade que o exercício da função requer.
No próximo domingo dia 31 de julho teremos mais uma vez a oportunidade de participarmos de um processo democrático, onde poderemos utilizar uma escolha ideal que se constitua em uma providência saneadora, que resgate o verdadeiro papel desse serviço público de tão grande importância.
Por José Carlos Martins (Tatai)
Bananeiras Online
será que vale apena votar mais uma vez nesse pessoal do conselho,uma vez em que a maioria dos eleitos vive furgindo das broncas,dizendo quem resolve é ministério público.
ResponderExcluire assim o tempo vai passando e eles não resolve nada.