terça-feira, 6 de setembro de 2011

07 DE SETEMBRO É DIA DE QUE MESMO?

Desde a infância sempre ouvi essa conversa de independência do Brasil, “é porque nosso país se tornou livre”;
 “é porque o Brasil se livrou do domínio de Portugal”; “é porque o Brasil passou a andar com as suas próprias ‘pernas’”; é porque “D. Pedro I é o salvador da nossa pátria”; “é porque ele gritou independência ou morte”; “é porque a história dessa independência é um dos fatos mais importantes do país”; “é porque no dia da independência tem desfile cívico”; “é porque o Brasil passou a ter autonomia política”; “é porque rompemos com a servidão”. Enfim, cresci ouvindo essas estórias coloridas, bem poetizadas, romanceadas, “patrióticas”, bem “trajadas” e bem “penteadas”, estórias míticas, de cima para baixo, estórias mais artísticas do que reais e, acima de tudo, centralizadoras.
Lamentavelmente, estamos imbuídos nesse labirinto quase sem saída que é a chamada história da independência do Brasil, cercada por Dons, opa! Não são os Dons do Espírito não viu! Estórias estas cercadas de reis, rainhas, príncipes e princesas, imperadores, barões, baronesas, senhores e senhoras feudais, capitão e políticos de nomes. Voltando à pergunta temática: 07 de setembro é dia de que mesmo? Independência? Que independência? Que autonomia? Que fim de domínio? Que beneficio trouxe? Que vantagens conquistadas? Ah! Tudo bem, estamos falando da independência do Brasil, me esqueci. Sim, o Brasil “se tornou independente” no dia 07 de setembro de 1822, conforme me ensinaram desde pequenininho. Pois é, lembro-me das gravuras e belos quadros mostrando-me os nossos guerreiros e heróis, bem trajados, com os cabelos a base de gel português, esse é do bom.
Lembro-me dos retratos coloridos e das gravuras dos livros repetitivos e contraditórios, cujos encapados com sacolas plásticas e protegidos pelas axilas. Lembro-me também do falado “ficado” do Dom, “diga aê que já tôu ficado nessa terrinha mermo”. Lembro-me dos aristocráticos e conquistadores, ah! Estes sim, conquistaram viu! Conquistaram cultura, dinheiro, ouro, prata, minério, mulher, escravo, terra, animais, árvores, rios, açudes, negras, índias, enfim, conquistaram até os Céus do Brasil do pau Brasil. E, para eu ficar mais opiado ainda, dizem alguns historiadores por aí, que existe uma tal “Pós independência”, opa! Pós? Essa história de pós não dá certo, pois nem os estudiosos da área conseguiram montar esse “quebra-cabeça”.
De fato, a independência existiu, basta observar a estrutura agrária no país; basta observar a escravidão vestida com roupas novas; basta observar a má distribuição de renda; basta observar a elite dominante; basta observar o aparato político nacional, regional e local; basta observar a “independência” econômica do país; basta observar os Estados Unidos; basta observar a “laicidade” do Estado; basta observar os poderes constituídos; basta observar a realidade hoje. Trocando em miúdo, de onde vem essa “independência”, onde ela estar? Onde ela mora? Chega! Cansei de tanto observar. Eu só gostaria de contar para os meus filhos e filhas pelo menos umas estorinhas diferentes das que eu ouvi e implodiram na minha cabeça, mas tudo bem!
Que neste dia 07 de setembro de 2011, façamos o que é histórico e cultural: ficar debaixo do sol escaldante vendo a marcha passar. “Independência ou Morte”! Quem vai bronzear-se ou molhar-se?
Adriano Trajano
Pastor da Igreja Batista em Chã Preta/AL e admirador de estórias
Blog do Pr. Trajano
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