quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Nível de educação no Brasil é semelhante ao de Gana, na África, diz ONU

Educação ruim trava desenvolvimento. O País aparece em 84.º lugar em um ranking com 187 nações.


O Brasil subiu uma colocação no Índice de Desenvolvimento Humano 2011, relatório divulgado ontem pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O País aparece em 84.º lugar em um ranking com 187 nações – sendo a Noruega, na Escandinávia, a primeira, e a República Democrática do Congo, na África, a última.

Quando se considera apenas a escolaridade real da população, contudo, a situação brasileira é semelhante a de países africanos bem mais pobres.

A escolaridade real no Brasil é de apenas 7,2 anos – índice próximo ao de nações como Suazilândia e Gana, na África. Mas o relatório aponta que o País tem hoje uma expectativa de 13,8 anos de estudo, superior a de países bem posicionados no ranking, como Luxemburgo (25.º lugar).

A tradução desses números é que uma criança brasileira tem chances reais de completar o ensino médio e entrar em uma faculdade porque há oferta de vagas e o ensino básico brasileiro obrigatório é de 12 anos. Na prática, porém, boa parte delas sai antes mesmo de terminar o ensino fundamental.

Segurar as crianças na escola, fazendo com que aprendam de verdade, é um dos maiores exemplos do trabalho difícil que o País ainda não conseguiu fazer. Ainda assim, de 1980 a 2011, a média de anos de escolaridade do brasileiro aumentou de 2,6 para 7,2 (salto de 4,6 anos, ou 177%).

Mas, apesar do avanço, a taxa de alfabetização de adultos no Brasil, de 90%, é inferior aos índices de países vizinhos: Bolívia (90,7%), Chile (98,6%), Argentina (97,7%), Uruguai (98,3%). A distâncias crescem quando se considera a taxa de escolarização em universidades, que é de 34,4% no País e chega a 78,2% na Venezuela.

No Ensino Fundamental, o Brasil tem 23 alunos por professor – proporção que é de 6,5 estudantes por docente em Liechtenstein, por exemplo, uma das dez nações com melhores taxas de IDH.

Segundo o relatório, a situação da educação brasileira é um dos fatores que mais acentuam a desigualdade social no País, atrás apenas das diferenças de renda (mais informações abaixo).

Se apenas a renda per capita fosse usada para classificar os 187 países analisados, o Brasil cairia sete posições. Por outro lado, se o fator renda não entrasse na conta, o índice brasileiro chegaria a 0,748 (ante os 0,718 atuais) e permitiria ao País estar 17 posições acima no ranking.

Mesmo assim, foram os avanços sociais que levaram o Brasil a melhorar seu IDH na última década. A expectativa de vida ao nascer, uma síntese de melhorias, foi a principal alavanca. Entre 2000 e 2009, esse índice aumentou cinco anos, alcançando os 73,5 anos.

Com Estadão
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