quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Bastidores das atrações turísticas de Bananeiras: a realidade que você não vê

A batalha simbólica, empreendida por pelo menos três municípios (Bananeiras, Borborema e Pirpirituba), para se apropriar da impactante imagem da cachoeira do roncador esconde uma triste realidade.


Uma volta pelas ruas e praças de Bananeiras, em um final de semana ordinário, suscita em qualquer passeante um questionamento: a cidade faz mesmo jus ao título de turística? Um dos significados para turística é, segundo nossos dicionários, “que atrai ou interessa aos turistas, mas, ordinariamente, a cidade atrai ou interessa aos turistas?

Na cidade são realizadas, basicamente, três festas: o São João, a da padroeira e a de emancipação política da cidade. Anualmente, também acontece na cidade a tradicional corrida de Jeep.

Inegavelmente, a cidade avançou na área do turismo com a atual administração, no entanto, para uma gestão que declara ser o turismo o alvo principal de sua atenção, deixar de fazer coisas tão simples é, no mínimo, constrangedor. É nítido o descompasso entre o discurso e a prática.

A despeito da realização das festas tradicionais, a praça principal da cidade, apesar de inteiramente reformada pela atual administração, comumente, oferece como “atrativos” apenas espetinho de asa de galinha e, às vezes, pastel.

Bar do Seixo e o Canal
No centro da praça há o “Bar do Seixo”, um ambiente soturno, com grades enferrujadas e teto encardido, cujo banheiro exala um odor fétido que se mistura ao miasma emanado pelas águas descobertas do famigerado canal. Ressalte-se que canal é o pomposo nome dado a uma vala que atravessa a cidade, onde são depositados os dejetos de um sem-número de residências do município. O pior, as águas contaminadas chegam até a cachoeira do roncador. 

Não há um único barzinho na cidade, nenhum! Que ofereça música ao vivo (MPB, chorinho, etc.). Cidades circunvizinhas, que não são rotuladas de turísticas – inclusive o pequeno município de Borborema - oferecem todo final de semana. Os proprietários de bares próximos à praça principal, ao invés de se unirem para realização de eventos atraentes, preferem continuar uma disputa improdutiva, que muitas vezes reflete apenas a intolerância de correligionários de determinados grupos políticos. 

O tratamento dispensado aos turistas é, igualmente, algo a ser revisto. No São João deste ano, por exemplo, os preços de bebidas (até mesmo água de coco!) e comidas vendidas na festa foram absurdamente aumentados. Um espetinho, vendido diariamente por R$ 1,00, foi vendido durante a festa até por R$ 3,00. Casas foram oferecidas, para serem alugadas durante o curto período da festa, por preços escorchantes que alcançaram R$ 5.000,00.

Alguns turistas reclamavam que, após pagarem um preço alto numa determinada pensão, eram acordados muito cedo, diariamente, pelos berros da proprietária mandando alguém comprar pão! Numa certa padaria o troco foi arremessado no balcão, pela proprietária, com tanta rispidez que uma moeda ricocheteou e quase acertou o rosto de uma turista. Um grupo de turistas, com toda razão, passou a chamá-la, depois do ocorrido, de “Miss simpatia”.

A batalha simbólica, empreendida por pelo menos três municípios (Bananeiras, Borborema e Pirpirituba), para se apropriar da impactante imagem da cachoeira do roncador esconde uma triste realidade.

A Superintendência de Administração do Meio Ambiente – SUDEMA declarou, recentemente, que a água da cachoeira é imprópria para o consumo humano (para o banho está liberada!!!). Não há qualquer parceria entre os municípios – que tanto brigam pela utilização da imagem da cachoeira – com o objetivo de empreender melhorias no local, nem entre esses e os donos de bares e/ou restaurantes situados ali. 

Estado de Barracas e placas no Rocandor
A ausência de subsídio mínimo pode ser visto até nas toscas placas informativas afixadas pelos comerciantes locais. Não há sequer barracas padronizadas. Bem próximo à cachoeira estão posicionadas barracas improvisadas, feitas de varas e cobertas com lona, enfeando o espetáculo da natureza. Os donos das barracas afirmam que não têm condições de fazer uma melhor e que nunca receberam ajuda alguma. 


A Revista de História da Biblioteca Nacional- RHBN, em sua edição 45, de junho de 2009, publicou artigo alertando que centenas de sítios arqueológicos espalhados pelo interior da Paraíba correm sério risco de desaparecer, devido à exposição dos registros à ação do tempo e, principalmente, pela intervenção humana.

Pinturas rupestres do Umari
Não é este o caso das pinturas rupestres do Umari? Além de utilizá-las como atrativos turísticos o que foi ou está sendo feito para protegê-las? Apesar de bonitas placas indicarem, dentro da cidade, a direção das pinturas, não há, no local, acesso algum para se chegar às pinturas. 

Além de expostos às aguas das chuvas e do rio que passa pelo Umari, os registros estão sendo alvo da ação de vândalos, que estão retirando, por pura maldade, lascas da pedra.

A rede hoteleira da cidade foi completamente modernizada, mas, o hotel, por si só, é uma atração? Ou é um meio que proporciona conforto para quem tenciona participar de uma atração? Ou, ainda, deve-se considerar a cidade turística apenas por desfrutar de um clima privilegiado e pelas sofisticadas ornamentações feitas no natal e no São João?

Infelizmente, o que não se consegue omitir é que o município permanece sem promotor titular; o delegado da cidade (com enormes limitações de pessoal) é também delegado de Solânea e que, só este ano, já ocorreram 11 homicídios na cidade! Ou seja, nem a pacatez é mais um atrativo para quem quer fugir da agitação e violência dos grandes centros.

Servidores da Secretaria de Cultura e Turismo, com quem conversamos, garantem que muitas sugestões são dadas (instalação de banheiros para os visitantes da mata de Goiamunduba, por exemplo), mas não são acatadas por esbarrarem na arrogância e má vontade dos chefes hierárquicos.

Nem tudo está perdido, prova disso é a intensa e belíssima atuação da Associação de Jovens da Arte e Cultura de Bananeiras – AJAC. Entre outras providências, é imprescindível a interação da AJAC com secretarias municipais, na realização de eventos cada vez mais atraentes, quem sabe assim a cidade deixe de ser turística só por rótulo e discurso e passe a realizar eventos - não só esporadicamente e para um público restrito - que verdadeiramente atraiam tanto bananeirenses quanto turistas de todos os segmentos sociais. 
 

Bar do Seixo e Canal


Estado de Barracas e placas no Rocandor


Pinturas Rupestres do Umari

Local de acesso as pinturas rupestres
Portal Bananeiras Online
Com Assessoria

10 comentários:

  1. EU estou de acordo com tudo q foi dito no artigo acima e só pra se ter ideia ninguem faz nada por bananeiras e seria tão facil pois dinheiro para o turismo tem

    ResponderExcluir
  2. Dinheiro tem, o problema é que a irmã do Esqueleto que deveria e ajuda-lo a pegar o He-man, veio ser a vilã do turismo de Bananeiras, uma verdadeira besta antológica que acha que fazer turismo é gastar o dinheiro do povo de Bananeiras com publicidade enganosa em paginas da TAM, Varig e outros veículos de comunicação de repercussão nacional e estadual, deixando de fazer o verdadeiro dever de casa que é construir políticas públicas de turismo, ir falei grego, sei que ela não sabe o que é isso, vou explicar, construir alternativas para que o povo da cidade e da zona rural participe do turismo da cidade oferecendo serviços qualificados que desperte a atenção do turista e o encanto pela cidade que não se resume ó a ver as paisagens naturais e relevo acidentado, afinal, essas características existe em todo canto.

    Dona Marta acorde, coloque uma pessoa formada em Turismo,que mais que titulo comprado e currículo fabricado, tenha atitude entenda de turismo de verdade.

    Turismo bom é turismo com inclusão social do povo de toda a cidade de modo que todos ganhe, não turismo de faz de conta, onde só uma meia dúzia leva o lucro.

    Precisamos de uma rede hoteleira qualificada, de um forte esquema de artesanato, pontos históricos e outros atrativos que articulados que possam de fato incluir a todos. E será que em algum momento a senhora pensou nisso?

    Se é pra continuar do jeito que está Ana Goldin, pode acompanhar seu irmão esqueleto, deixar Bananeiras e ir pra Hollywood animar as criancinhas como esqueleto correndo pra ver se pega o He-man.

    ResponderExcluir
  3. DEVERIA EXISTIR MAIS PLACAS DE INDICAÇÃO
    EM NOSSA CIDADE, A SECRETARIA DE TURISMO
    PENSA QUE TURISMO É FURAR O BOLSO DO TURISTA.

    DEVERIA TAMBÉM TER MAIS ACESSIBILIDADE A ESSES PONTOS TURÍSTICOS,AS PINTURAS RUPESTRES DO UMARI
    ERA PRA SER MAIS DIVULGADA.

    E A FAMOSA LAGOA DO ENCANTO, EU ASSISTI UMA MATÉRIA DA TV CABO BRANCO NO PARAÍBA COMUNIDADE
    ONDE UMA ÓTIMA DE UMA GUIA TURÍSTICA A MARINA ESTAVA FALANDO A ESTÓRIA DO LOCAL,ONDE A LAGOA DO ENCANTO ESTAVA NUMA PORCALHADA SÓ UMA SUJEIRA SÓ ISSO É UMA VERGONHA,

    É NO HOTEL POUSADA DA ESTAÇÃO ???? A MOÇA LÁ FAZENDO TILÁPIA NA BANANA SEU NÃO ME ENGANE, COM MAUS PRÁTICAS DE HIGIENE DE MANIPULAÇÃO COM ALIMENTOS, AS UNHAS GRANDES PINTADAS E TUDO ISSO NA TV CABO BRANCO.


    SOLUÇÃO : INVESTIR EM ACESSIBILIDADE
    TER UMA PESSOA PARA MANTES O PONTO TURÍSTICO
    CAPACITAR PESSOAS EM ATENDIMENTO, E MANIPULAR ALIMENTOS
    INCENTIVAR A DONOS DE ESTABELECIMENTOS A FAZER LOCAIS ACONCHEGANTE, CONFORTÁVEIS.
    DEVERIA TER UMA ÁREA DE LAZER, ONDE ESTÁ A PARTE DE TRAZ DO BANANEIRAS CLUBE ??? SÓ
    FIZERAM INAUGURAR.

    TEMOS TUDO PARA CRESCER NO NOSSO TURISMO
    É SÓ A SECRETÁRIA SE CONSCIENTIZAR,OU ELA
    SÓ SERVE PRA ARRUMAR PROJETOS PRA AJAC E COMENDO
    A MAIORIA DO DINHEIRO ???

    ResponderExcluir
  4. bananeuras fecha os olhos pra muita coisa na cidade , o bar do seixo é um exemplo disso um local que teria tudo pra ser um atrativo diferenciado devido a sua localização ,mas encontra-se como administardor uma pessoa ignorente e sem a minima capacidade de desenvolver um padrão de qualidade no serviço de bar,,quando deveria fica sobre a frente uma pessoa dinamica e de visão para bota o negocio pra andar ,,,mas na mão de valdir um arcaico e imundo ai é só atraso pra nossa cidade ,só cego e burro não ve a falta de capacidade do dono em melhorar os serviços ...acorda turismo......

    ResponderExcluir
  5. Parabéns Bananeiras, também me orgulho de ser filho dessa terra, apesar de...

    ResponderExcluir
  6. O 3º comentário mostra bem como é o turismo de Bananeiras

    é uma vergonha !!!!!!!
    todo FINAL DE SEMANA deveria ter um grupo de MPB tocando na praça ou banda religiosa e tal, OS BARES CUSTAM O OLHO DA CARA O PREÇO DO TIRA GOSTO ISSO ESPANTA TURISTAS PREFEITA.

    SE É CIDADE TURÍSTICA PORQUE INVESTE PESADO EM TURISMO ???

    PRA BANANEIRAS SER UMA CIDADE TURÍSTICA MESMO DEVERIA TER VIDA NOTURNA, UMA CIDADE UNIVERSITÁRIA SEM TER NADA É UMA VERGONHA.

    ResponderExcluir
  7. Realmente.o turismo em Bananeiras é so de fachada.Escutei comentários de alguns comerciantes
    que não aumentaram praticamnete em nada seus lucros depois dessa onda de turismo.A maioria dos turistas ficam no hotel,condomínio,etc e não trazem dinheiro para o comércio ,com poucas exceções de alguns comerciantes que ganham uns trocados.E aí dona Marta?Onde está o desenvolvimento?Onde está o dinheiro?Tire a venda dos olhos!

    ResponderExcluir
  8. Primeiramente, agradeço em nome da AJAC - ASSOCIAÇÃO DE JOVENS DA ARTE E CULTURA ao carissimmo Zé Luiz pela postagem muito bacana, e por nos ter mencionado. Nossa terna gratidão!
    Ao sem noção que fala inverdades sobre nossa idoneidade, meus pesames, pois devemos falar do que conhecemos, e por certo você não sabe nada de nossas iniciativas e parcerias.
    Sugiro que procure-nos pessoalmente para esclarecimento, temos a maior satisfação de apresentar nosso plano anual de ação e nossa estrutura de funcionamento. A nossa entidade não surgiu de cima para baixo nem surgiu este ano, ela surgiu em 2007 por um grupo de estudantes que acreditavam que de maneira organizada a sociedade civil poderia transformar a realidade. Claro que no inicio o novo é visto com maus olhos e incentivo quase zero. Mas que com o passar dos anos mostrando muito serviço os parceiros vão começando a acreditar, e isto é o que vem ocorrendo conosco, um processo gradativo de construção coletiva, onde nossas ações objetivas não se limitam somente ao Município de Bananeiras, como tambem a região do Brejo e o Estado da Paraíba buscando visibilidade. Isto são projetos que temos para ampliar nossa atuação de maneira eficaz e eficiente.
    A Prefeitura de Bananeiras, nossa principal parceira tem dado suporte importantissimo para nossas iniciativas e espaço; não dar por dar, mas por que conquistamos sua confiança, ou seja conquistamos sua parceria, como tudo na vida que tem de ser uma conquista, e isto é obtido com muito trabalho. Nosso alvo para os proximos 5 anos é buscar a sustentabilidade, e estamos investindo tudo que podemos neste proposito desde que fundamos esta entidade.
    Falar meu amigo é lançar cinzas ao vento, nada serve a não ser para adubo... o mundo tem de ser construido com ações praticas, e é isto que estamos fazendo, suando a camisa mesmo, como um time/equipe onde todos devem ganhar - conquistar o objetivo coletivo. Se vc é dos que materializa ações pelo desenvolmento da cidade, a AJAC esta de portas abertas para que você entre no nosso time para juntos fazer-mos a diferença, mas se é dos que só falam... Vê se não enche!
    E outra coisa, não venha querer manchar nossa bandeira, estamos lutando por uma sociedade melhor... suas contaminações de conceitos ultrapassados e banais de politica partidaria estão longe de nossa visão empreendedora, futurista e de visão sustentavel... Por favor desconstrua estes conceitos!
    Temos de de ver o mundo não quadrado, mas em suas diversas formas, possibilidades e oportunidades... Acreditamos e estamos buscando transpassar a barreira dos sonhos e ideias para materialização das mesmas.
    Atenciosamente,

    joilson Custódio
    COORDENADOR DE PROJETOS DA AJAC

    ResponderExcluir
  9. JOÍLSON, GOSTO MUITO DO SEU TRABALHO
    VÇ TEM ÓTIMAS IDÉIAS, A PRESIDENTE
    ESTÁ DE PARABÉNS, E QUE A AJAC SEJA
    SEMPRE VOLTADA PARA A ARTE E CULTURA DE NOSSA CIDADE, NÃO SE ABALE COM ESSAS PICUINHAS QUE
    SÓ QUEREM ACABAR O QUE É BOM.
    GOSTEI MUITO DA FESTA DAS CRIANÇAS
    É MUITO BOM FAZER UMA CRIANÇA FELIZ.
    ABRAÇOS JOÍLSON E CONTINUE SEU BELO TRABALHO.

    ResponderExcluir
  10. Imagino eu, quando se faz uma reportagem como esta devesse buscar saber dos dois lados, principalmente das pessoas que estão envolvidas no prócesso, isso porque o que se percebe ao ler esta matéria é um partidarismo muito forte. Realmente ações ainda precisam ser feitas, quando estudamos sobre turismo a primeira coisa que aprendemos é que é preciso no minimo 10 anos para uma cidade se tornar turistica, veja o caso de Gramados, Bonito, entre outras cidades e este trabalho não é uma via de mão única, onde só o poder público atua, ele faz a parte dele, mas cabe aos empreendedores fazer sua parte, pois na realidade quem ganha é quem investe, seja do pequeno ao grande negócio, seja associações ou cooperativa. A questão é se abrir as oportunidades, ser empreendedor e não pensar individual, pois quando o turista chega na cidade, ele come, pernoita, leva lembrancinha, abastece o carro...E nessa cadeia produtivva do turismo todos saem ganhando, mas o que não podemos ser é amador, o serviço deve ser de qualidade...

    ResponderExcluir

Os comentários são de propriedades de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.
Obrigado por comentar.
Portal Bananeiras Online